segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
( IN ) TENSO
Depois de uma tarde perambulante e uma noite alegremetente cansante
É presenciando o nascer do Sol, com meus olhos fechados, que percebi o quão vivo estou.
Suspiro pensando o que já vivi e o que poderei viver, se me empenhar.
Ainda não me cansei. Aliás, cansei de algumas coisas.
Como discutir algo inevitável sem poder chegar à unânimidade.
E conversar com a ausência de sentimento, motivo e recentimento.
Abri os olhos. Já estava na hora de acordar.
Atravessei a luz que cegava e continuei meu caminho, desta vez com mais intensidade.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
HOJE
E assim veio a noite. Como vem uma leve brisa num dia de verão pra acalmar a alma e lavar o coraçao. O ar que enchia os pulmões trazia esperança e ilusão, que se tornam realidade a cada momento. Está acabando; E é apenas o começo. A força que há nunca se extingue. A realidade nunca se camufla.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
CONVENIÊNCIA
E o mundo voltou a girar em seu ritmo normal... Mas as estrelas cairam do céu. Ser impróprio ou não ser, tanto faz. Piso num chão prestes a desabar, Mas tenho certeza de que o pisarei. Não olho para trás, não penso em conseqüências. A vida é muito bela para ser desperdiçada e há muito tempo. Por que viver tudo hoje? Deixe um desejo pra depois. Para ter o que procurar... Então as estrelas voltarão ao universo e assim dormirei em paz.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
ODORES
Gosto do cheiro de talco. E de rosas poupadas.
Cheiro de roupa limpa. E do ferro quente passando-as.
O cheiro da chuva caindo na grama ou no quintal
e do Sol pela manhã e antes do poente.
Gosto do cheiro de sabonete
e de cachorro molhado.
Da pasta de dente e da areia da praia.
O cheiro do não cheiro, quando aspiro o ar
E da pele sem perfume que enjoa a alma
Gosto do cheiro da comida quando chego em casa
e quando, na cozinha, experimento algo
Gosto do cheiro da gasolina caida no chão
e da tinta fresca na parede
Gosto de cheiro de gato que toma banho sozinho
e de orégano jogado por cima do queijo e azeite.
Mas dentre todos os cheiros, o que mais me deixa feliz
É aquele que é único e ninguém mais pode sentir.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
SEM TÍTULO, SEM FIM
Não quero pensar que um dia acabará
Não vou me deixar levar
Mais um dia se passou e nada realizei
Quando fecho os olhos à noite não páro de refletir
Existem diversas coisas a conquistar
E tão pouco tempo... ou uma eternidade!
Tanto a conhecer, tanto a explorar
Tão perto e tão longe para amar
Aprender e me transformar
Ser e parecer... estar!
Estar... em tantos lugares
No mundo e nas mentes
Realidades e fantasias
que se formam e se mutam
Mudam e permanecem
até que sozinha adormeço
e esqueço de sonhar.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
É CERTA A INCERTEZA
Como pude pensar, achar, acreditar?
Mas não sei certamente o que quero.
Quando me vejo estou refletindo sobre isto
Sobre como demorou tanto e
Como foi no momento perfeito.
Ver e assistir não eram o bastante.
Contudo tocar! Abraço núvens...
É estranho. Penso. Deixo de pensar.
Vivo. É melhor assim.
E anseio cada momento.
MUTAÇÃO
O pó que virou verme Agora se alimenta de Folhas e verdes. Depois que cansou, foi ver como o Sol esquentava e borboleta surgiu. E assim permaneceu até conhecer as marés.
domingo, 2 de novembro de 2008
DESCRIÇÃO DO INFERNO
O dia prometia temporal mas foi ensolarado.
Cheguei atrasada. Mas não tarde.
Pensei que inútil seria mas a importância se fez.
Paguei. E daí? Pena que não vão desfrutar...
Pressa, adrenalina, nunca pára.
Revesamento; vai e volta. Pára!
Abraços abertados. Alegria.
A última música tocou sem saber que finalizaria.
Alguma controvérsia, mas valeu.
Se valeu. Lamento que não comemorei.
Não foi minha culpa. Contudo não os culpo.
É a vida. E o futuro promete volta.
Demorei a dormir. Tudo apagou.
Acordei e já era outro dia.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Ensaio Vivo
E o livro que estava lendo se molhou
e marcou... nunca sairá.
O som se eternizou
O aroma se foi... não a cena
O ato acabou. Fim.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Pequena grande decisão
Um dia acordei sombria, e não soube o que pensar.
Senti que algo mudara e tentando decifrar o que era acabei por perceber que esqueci como viver.
Deixei pegadas na areia?
E marcas de pneu no chão?
Minha voz ecoou na escuridão e alguém ouviu-a ao longe?
Será que já morri? Voltei a viver?
Sou eterna ou passageira? Criação ou evolução?
Ah, disso não tenho mais dúvidas. Bodeia.
Não sei se serei lembrada, e não sei se quero ser.
Não importa.
Minha mente continua a pregar peças na minha consciência.
domingo, 19 de outubro de 2008
PAZ
Nada. Mais nem um suspiro ecoa
na claridade terrena.
Nenhuma lágrima ou sorrisoou mensagem oculta.
O vento não diz coisa alguma
Os pássaros deixaram de cantar.
Calmaria... Terror!
Onde está a vida, senão sob a terra?
Vermes ventilam o subsolo do inferno,
decompõem memórias perdidas.
Nenhum suspiro, lágrima ou sorriso
Os pássaros cessaram a cantoria
Os animais esqueceram de grunhir.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Razão
Às vezes ando sem rumo na certeza de saber que chegarei em algum lugar.
E quando começa a chover e as lembranças voltar, eu respiro e tento esquecer,
pois o passado não me interessa.
É o presente que me intriga; e o futuro eu não espero.
Um momento distraído (ou não) e odores invadem meu ser
que se embriaga e dispersa a atenção.
Amo. Mas não a ti. Amo o viver.
O prazer de respirar e poder tocar o intocável;
De ver o invisível e fazer o improvável.
Não nego a violência, nem a insatisfação.
Dar um motivo à vida? Isso é só ficção.
NOSTALGIA
Não querendo ser eu mesma, acabo sendo ninguém
Nem mesmo quem eu queria ser ou que um dia seria eu
Para o futuro há escolhas, mas o destino está marcado
Ao olhar para frente, acabo vendo seu futuro
Com medo do que acontecerá, somente quero ficar ali
Quieta e paralisada
Mas o cansaço me vence e adormeço
Em meus sonhos vejo imagens do futuro
E quando acordo, vejo a realidade
Quero somente ficar inconsciente de novo
Mas não ser eu mesma é um descaso, da pessoa que nasci para ser
O destino já está traçado, para alguém que já morreu.
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